Skatistas querem ser reconhecidos
Segundo esporte mais praticado hoje no Brasil, com cerca de 4 milhões de adeptos (Datafolha), o skate vem ganhando cada dia mais espaço nas ruas das grandes cidades, nos eventos esportivos e na mídia não-especializada.
Em Salvador, é possível ver a prática do skate crescendo, seja nas poucas pistas existentes para a prática do esporte na cidade, ou pelas ruas e praças da capital baiana.
Não é de hoje que a Bahia revela skatistas talentosos, mas, para conseguir o reconhecimento devido, esses atletas precisam sair do Estado em busca de patrocínios, visibilidade, campeonatos e uma estrutura mínima para viver do esporte.
É o caso de dois dos nomes mais representativos do skate baiano hoje: Alex Cardoso e Felipe Oliveira. O primeiro já possui no currículo troféus e medalhas de campeão em competições de diversos estados brasileiros e até mesmo fora do país.
Com muitas medalhas e troféus conquistados pelo Brasil e até no Chile, Alex conhece bem a realidade dos skatistas na Bahia. “O skate aqui está passando por uma fase complicada, no que diz respeito ao circuito de campeonatos, mídia e mercado para o esporte. Quem desejar seguir carreira profissional, com certeza tem que ir para outros estados”, disse.
Alex Cardoso viveu oito meses em São Paulo e nesse período conseguiu visibilidade em revistas e vídeos especializados.
O jovem Felipe Oliveira, de apenas 17 anos, recentemente passou uma temporada em cidades do sul e sudeste do país e reconhece que se não tivesse ido mostrar suas manobras em pistas e ruas bem distantes de sua casa, dificilmente conseguiria visibilidade no cenário.
“O mercado de skate aqui ainda é carente, nos últimos anos não tivemos campeonatos de alto nível e isso é uma das coisas que acabam diminuindo o incentivo aos atletas”, afirma Felipe.
O presidente da Federação de Skate do Estado da Bahia (Feseb), Jefferson Albuquerque aponta como um dos agravantes para essa situação o fato de existirem poucas marcas ligadas ao skate no estado. “As principais empresas do segmento não estão aqui, portanto falta quem invista no esporte.
A Feseb está se regularizando diante dos órgãos públicos para conseguir um título de utilidade pública e assim poder viabilizar seus projetos com recursos governamentais”, revela.
Com uma visão mais otimista da situação, o skatista e empreendedor Ian Aragão diz que “o mercado do Skate em Salvador está melhorando, pois algumas lojas e marcas têm tomado iniciativas independentes e realizado ações para fomentar a prática do esporte”.
Proprietário da Zero Sete Um, uma das poucas lojas especializadas no esporte na capital baiana, Ian pondera: “ainda não temos muito poder, pois existem poucas marcas locais, o ideal é que os próprios skatistas criem suas lojas e marcas e façam acontecer, pois não se pode deixar o skate nas mãos de leigos e oportunistas”.
Mesmo com todas as dificuldades, os skatistas baianos seguem manobrando e nem pensam em deixar o esporte, seja vivendo em sua terra natal ou viajando para longe em busca do sonhado reconhecimento, como revela Felipe Oliveira. “O que ganho financeiramente andando de skate não é muita coisa, mas me sinto feliz de poder fazer disso o meu trabalho e continuar fazendo o que eu sempre quis”.
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